O que são as Letras Financeiras (LF)?

Atualizado em 02/02/2025 por Angelo Catharino

As LF (Letras Financeiras) são um título de renda fixa emitido por instituições financeiras, como bancos, para captar recursos de longo prazo. As LFs são uma opção de investimento que oferecem rentabilidade geralmente superior a outras alternativas de renda fixa, como CDBs ou LCIs. Isso acontece porque as LFs possuem prazos maiores e certas restrições, como a exigência de um valor mínimo de aplicação e a impossibilidade de resgate.

Imagem ilustrativa de uma letra financeira (LF)

Características

  • Emissor: Instituições financeiras, como bancos, cooperativas de créditos e etc.
  • Prazos: A LF tem um prazo mínimo de dois anos. Esse prazo é uma das razões pelas quais a LF costuma pagar rendimentos maiores, pois são títulos voltados para o médio e longo prazo.
  • Valor Mínimo de Aplicação: O investimento inicial em LFs é elevado em comparação a outros títulos de renda fixa. O valor mínimo podendo variar de no mínimo R$ 50 mil ou mais, tornando-o um produto destinado a investidores que possuem patrimônio considerável.
  • Liquidez: Uma característica importante da LF é que ela não pode ser resgatada antes do vencimento. Isso significa que o investidor precisa manter o título até a data de vencimento, o que limita a liquidez desse tipo de investimento. Contudo, a LF existe a possibilidade de vender no mercado secundário.
  • Rendimento: A rentabilidade pode ser pré-fixada, pós-fixada (geralmente atrelada a uma % do CDI), ou híbrida (uma parte fixa mais um componente variável, como o IPCA).

Tributação

LF está sujeita ao Imposto de Renda conforme a tabela regressiva de renda fixa, que varia conforme o tempo passa desde o inicio da aplicação. Quanto maior do investimento, menor será a alíquota de imposto cobrada sobre os rendimentos:

  • Até 180 dias: 22,5%
  • De 181 até 360 dias: 20%
  • De 361 até 720 dias: 17,5%
  • Acima de 720 dias: 15%

Riscos de uma LF

Risco de Crédito: Assim como outros títulos de renda fixa emitidos por bancos (ou cooperativas), o principal risco associado à LF é o risco de crédito, ou seja, a possibilidade de o banco emissor não honrar o pagamento do principal ou dos juros. Bancos com baixa solidez financeira oferecem maior risco, e o investidor deve estar atento à saúde financeira da instituição emissora.

Não Cobertura pelo FGC: Diferente de CDBs, LCIs e LCAs, as LFs não são garantidas pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Isso significa que, em caso de falência da instituição financeira emissora, o investidor pode perder parte ou a totalidade do investimento.

Risco de Liquidez: A falta de liquidez imediata (não poder resgatar antes do prazo de vencimento) e a eventual dificuldade em vender o título no mercado secundário são pontos que aumentam o risco de liquidez da Letra Financeira.

Cláusula de subordinação

As LFs podem ser oferecidas com cláusulas de subordinação, fazendo com que seus detentores tenham seu direito de crédito condicionado ao pagamento de outras dívidas da instituição emissora em caso de falência ou inadimplência. Adicionalmente, este tipo de LF oferece benefícios contábeis aos emissores e, por esse motivo, tende a proporcionar uma melhor remuneração quando comparada com a LF sem cláusula de subordinação.

As LFs com cláusulas de suborinação são chamadas de LFSN e LFSC, do ponto de vista do investidor, ambas são iguais mas mudam os benficios no ponto de vista do emissor.

Conclusão

A Letra Financeira (LF) é uma opção de investimento em renda fixa voltada para investidores que possuem patrimônios elevados (investidores qualificados), que buscam uma aplicação de longo prazo com rentabilidade superior. Esses títulos podem oferecer retornos interessantes, no entanto, seu alto valor mínimo de aplicação, a falta de liquidez e a ausência de proteção do FGC tornam esse investimento mais arriscado e adequado para investidores que aceitam correr esses riscos.

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