O CDCA (Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio) é um título privado de renda fixa, voltado para o financiamento do setor agrícola brasileiro. O CDCA é emitido por empresas do agronegócio, e representa um instrumento de captação de recursos para essas empresas financiarem suas atividades e projetos. O investidor que adquire um CDCA recebe uma remuneração prefixada ou pós-fixada, que varia de acordo com o tipo de título e as condições acordadas.
Veremos a seguir em maiores detalhes:
Como funciona
O CDCA é emitido pelas empresas do agronegócio que necessitam de capital para financiar sua produção ou expandir suas operações. Em vez de buscar financiamento em bancos, essas empresas emitem títulos de CDCA no mercado, captando recursos diretamente com investidores.
Os investidores compram o CDCA, garantindo assim uma rentabilidade acordada no momento da compra, que pode ser prefixada (fixa) ou pós-fixada (indexada a um índice econômico, como o CDI ou IPCA). No vencimento do CDCA, a empresa que emitiu o título reembolsa o investidor, pagando o valor principal acrescido dos juros no qual o título é atrelado (CDI, IPCA ou prefixada por exemplo).
Em casos de remuneração prefixada, o investidor sabe exatamente o quanto irá receber ao final do prazo. Já nas pós-fixadas, o rendimento pode estar atrelado a indicadores como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) ou ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), permitindo que o retorno acompanhe as condições do mercado financeiro ou a inflação.
Liquidez e Vencimento
Os CDCAs costumam ter um prazo de médio a longo prazo, variando de 1 a 5 anos, e nem sempre possuem liquidez no curto prazo. Muitos desses títulos são não-negociáveis, ou seja, não possuem mercado secundário ativo. Por isso, os investidores que compram CDCA devem estar preparados para manter o investimento até o vencimento.
Em casos onde há negociação no mercado secundário, o investidor pode vender seu CDCA antes do vencimento, mas estará sujeito às condições de mercado, o que pode gerar lucro ou prejuízo dependendo das oscilações de preço (o chamado Marcação a Mercado).
Tributação
Diferentemente da LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), que é isenta de Imposto de Renda para pessoas físicas, o CDCA não possui isenção de imposto e, por isso, o investidor paga Imposto de Renda sobre os rendimentos, de acordo com a tabela regressiva de alíquotas:
- Até 180 dias: 22,5% sobre o lucro apenas.
- De 181 a 360 dias: 20% sobre o lucro apenas.
- De 361 a 720 dias: 17,5% sobre o lucro apenas.
- Acima de 720 dias: 15% sobre o lucro apenas.
Riscos
Risco de Crédito: O CDCA não possui a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), e o investidor assume o risco de crédito diretamente da empresa emissora. Caso a empresa emissora enfrente problemas financeiros e não consiga honrar o título, o investidor pode perder parte ou todo o valor investido.
Baixa Liquidez: Muitos CDCAs não possuem mercado secundário ativo, dificultando o resgate antes do vencimento.
Como investir
O investimento em CDCA pode ser realizado por qualquer investidor por meio de corretoras de valores ou instituições financeiras que atuam no mercado de crédito privado. O investidor escolhe um CDCA de uma empresa emissora e define o valor que deseja investir dentro da plataforma da instituição financeira.
Conclusão
O CDCA (Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio) é um título de crédito que oferece aos investidores a oportunidade de participar diretamente do financiamento do agronegócio, um dos setores mais importantes da economia brasileira. Esses título podem ter rentabilidades interessantes, contudo esse tipo de investimento é para os investidores que estejam dispostos a correr riscos de crédito. Adicionalmente, como o CDCA não possui garantia do FGC e está sujeito à tributação de IR, é fundamental que o investidor avalie a emissora e as condições do mercado agrícola antes de investir.
Formado em Engenharia da Computação, tem o objetivo de disseminar o conhecimento sobre investimentos para os brasileiros, é certificado CNPI e Credenciado como Consultor na CVM.
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